quarta-feira, 4 de novembro de 2009

FemAle na Estrada – Espanha – Parte 1

Eu brinco sempre com as meninas dizendo que sou a "FemAle Fantasma" já que, devido à minha quase sempre apertada agenda de trabalho, eu sou a que menos comparece aos nossos encontros. Por esse motivo, ninguém estranhou quando eu disse que não ia poder ir aos encontros em Outubro, mas pelo menos dessa vez eu tinha uma boa justificativa: uma viagem de trabalho e férias à Espanha, de onde surgiriam, portanto, posts deliciosos para a nossa série FemAle na Estrada. Cumprindo a promessa, vocês embarcam comigo agora para a Espanha.


Madrid


Em meio a congresso, trabalho, festas, jantares, tourada e até uma visita ao estádio Santiago Bernabéu, infelizmente não consegui visitar nenhum bar de cervejas especiais, embora um amigo espanhol tenha me dito que eles começam a pipocar por Madrid também. No entanto, em uma cidade deslumbrante, cosmopolita, calorosa e com um povo alegre e receptivo como Madrid, não faltaram happy-hours em bares de tapas, que ficam perfeitos com os chopinhos locais, mais encorpados porém geladinhos como os nossos.


Os madrilenhos preferem a Mahou, cerveja patrocinadora do Real Madrid, uma pilsen aguadinha e pouco mais maltada e lupulada do que as nossas, mas sem grandes destaques para mim.



Sim, a Copa da UEFA do Real Madrid nas minhas mãos merece muito mais destaque nesse blog do que a Mahou! rs


Provei ainda uma Amstel 100% Malta no hotel pra acompanhar um prato do delicioso Jamón de Bellota e um Revuelto de Gambas (uma espécie de omelete, no caso de camarões, típico da Espanha). Se ela não estivesse puro DMS, teria acompanhado bem o presunto, pois é uma cerveja bem maltada e encorpada.



Bonito, né? A comida espanhola é deliciosa! Pena que a Amstel estava ruim...


Um amigo havia me indicado a cervejaria Naturbier como um dos points de cervejas artesanais na cidade, mas realmente não deu tempo de ir lá. Quem for, por favor, conte-nos o que achou. Senão, fica a promessa de um post futuro sobre essa e outras cervejarias em Madrid, cidade que ficou no meu coração e onde tenho amigos, motivos mais que suficientes para me fazerem desejar retornar em breve.


Sevilha


O calor de 32° C em pleno mês de outubro não me animou para outra coisa que não fossem tapas e chopinhos por essa cidade linda, localizada no coração da Andalucia, região sul da Espanha. Perdida em suas ruelas e ao som das castanholas, fui parar numa “cerveceria” ao fim da tarde para beber a pilsen local Cruz Campo. Geladinha, levemente encorpada e com malte e lúpulo bem equilibrados, caiu deliciosamente bem ao fim de um dia exaustivo de caminhadas. Olha a minha cara de cansada feliz na foto! rs



A Cruz Campo é original de Sevilha, mas facilmente encontrável em toda a Espanha.


Granada


Já em Granada, após almoçar em uma teteria chamada Kashbah (juro que só comi lá por causa do The Clash! rs) e caminhar a tarde inteira pelo lindíssimo complexo de Alhambra, a temperatura caiu: 17° C à noite, com um ventinho friiiiio delicioso me convidando a uma cerva. As anotações de Madrid remetiam-me a uma bem lupulada pilsen local e o meu infalível guia de viagem recomendava-me um bar de tapas premiadíssimo numa rua pertinho do hotel.


Lá chegando, qual não foi minha surpresa ao deparar-me, do outro lado da rua, com um pub chamado La Taberna Del Irlandés, com uma vitrine de deixar qualquer cervejeiro de boca aberta. Fiquei parada que nem cachorro olhando máquina de frango, mas eu tinha que escrever um post sobre as cervejas espanholas e só tinha uma noite em Granada, então... entrei no pub! Hahaha! Entretanto, para a minha sorte — e a desse post também — o pub estava deserto e nenhum garçom apareceu antes que eu notasse uma plaquinha anunciando Argentina x Uruguai pelas eliminatórias da Copa. Imaginei-me sendo espancada ao sacanear algum argentino desesperado que estivesse pela área, meu senso de dever falou mais alto e eu atravessei a rua de volta ao bar de tapas. Sapientíssima decisão.


O Bodegas Castañeda (Calle Almireceros, 1 y 3, Granada) é M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O: a cada caña (cerveja) você ganha uma tapa, então provei quase que o cardápio inteiro! Como estava sozinha, fiquei logo amiga dos garçons, em especial do Antonio, que não só me deu dicas gastronômicas sobre a fantástica culinária local, como ainda mandou lavar os copos com mais capricho para as minhas fotos. Classe A!













Olha aí o dulcíssimo Antonio (Hola, Antonio! Muchas gracias!) com a minha Alhambra Especial na mão. Ao lado, uma geral do Bodegas Casteñeda já mais vazio. Pendurados, os deliciosos Jamóns Ibéricos.


Minha missão no Bodegas Castañeda era conhecer a cerveja Alhambra, uma pilsen encorpada e saborosa, lupulada na medida. Provei a versão Especial, em barril, que estava muito fresca. É uma cerveja mais maltada, de corpo leve e com espuma super cremosa. Já a Reserva 1925, engarrafada, é mais lupulada e pouco mais alcoólica, mas muito gostosa também.













Alhambra Especial: no barril e na minha mão. Abaixo, à esquerda, a Alhambra Reserva 1925 e, à direita, as duas juntinhas. Que delícia!











A diferença de cor é bem perceptível, mesmo na minha foto não tão boa: a Especial é um chopp amarelo claro, enquanto que a 1925 tem um dourado mais bonito e um pouco mais de corpo, além de ser mais perfumada, com um agradável aroma floral de lúpulo. A grande vantagem da Alhambra é que ela permanece livre de conservantes e não tem adição de milho ou outros cereais barateadores, e sua versão em garrafa é fácil de encontrar pela Espanha.


Ambas combinaram muito bem com as deliciosas tapas do Bodegas, destaque para o Jamón de Trevélez (abaixo na foto), cuja maciez e suave adocicado harmonizaram perfeitamente com o armagor e o aroma floral do lúpulo da 1925. Já o Bacalao Macerao, preparado com suco de laranja, o fenomenal azeite espanhol, pimentões vermelhos e azeitonas pretas, casou perfeitamente com a leveza maltada da Alhambra Especial. Como nos bares de Granada cada caña dá direito a uma tapa, provei ainda outras delícias da cozinha andaluza, como as Berinjenas Rellenas (na foto), Batatas Ali e Olio, queijos, azeitonas, lomos e outros frios ibéricos. Tudo para comer de joelhos!





Para aqueles que ficaram curiosos sobre experiências não cervejeiras nesses lindos lugares que conheci na Espanha, fiquem de olho no Vivo Viajando, onde postarei, aos poucos, lugares e prazeres espanhóis dignos de nota.


Nossa próxima parada: Barcelona. Até lá! Cheers!


3 comentários:

Tatiana disse...

Estou ansiosa pelos próximos caítulos dessa série!
Uma delícia!

Beijocas

Tereza Lopes Cavalcanti de Oliveira disse...

ADOREI!!!!!!!!
Bjs e saudades da Espanha!!

Neil disse...

Alhambra Reserva 1925...

"This special "reserve" edition of Alhambra is a pleasant surprise, given that it's a Spanish lager. (Let's face it, Spain doesn't know beer!) It's medium sweet with a tasty sweet grapefruit flavour. This, and the abundant sweet fruit alongside citrus make it quite an unusual beer." ...

Alhambra Reserva 1925 Review