quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Utopias 2005



Há 1 ano e 1 mês tive uma super experiência na minha vida cervejeira. Aquele momento que marca.

“Tudo começou” quando fui despretenciosamente ao Beertaste acompanhando meu cônjuge, que ciceroneava um amigo paulista.

Entre umas e outras, o Leo resolveu botar à mesa nada menos que a americana Samuel Adams Utopias 2005. Meus olhos saltaram da vista, como acontece em desenho animado, mas tentei disfarçar, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. É claro que por dentro só sabia repetir: “ainda bem que eu vim, ainda bem que eu vim, ainda bem que eu vim”.

A razão de tudo isso é porque essa cerva é uma das mais alcoólicas já feitas (e foi a mais forte por um tempo, mas agora já temos cervas de 41% abv) e tem quantidade limitada. Na safra de 2005 só foram fabricadas 8000 garrafas. Consta no Guinness Book: "strongest beer in the world." A fabricada em 2002 tinha 24% abv, e a leva de 2005 tem 25%. Cada garrafa pode chegar a míseros R$1.000,00. Mas geralmente é vendida a U$130. O fato curioso é que as garrafas são fabricadas aqui no Brasil.

Assinatura dos que beberam da garrafa nº813


Muito já foi dito sobre ela, que também leva fermento de champagne, que passa por barris de bourbon, conhaque, madeira. Não vou me estender. Mas li algo novo pra mim: a Utopias tem uma de suas origens em uma “disputa” (no bom sentido) entre a Dogfish Head e a Boston Beer Company (que fabrica a Samuel Adams). Foi com o advento do movimento chamado “Extreme Beer Moviment”, lá pelos idos dos anos 90, inspirados nos esportes radicais.


Ambas as cervejarias queriam fazer uma cerveja mais “extreme” do que a outra. A Boston Beer começou com a Triple Bock, com 17,5% abv, que, na época, era a cerveja mais forte já feita. A Dogfish então fez 2 cervas que ultrapassaram essa marca. Aí, a Samuel Adams criou a Millenium, com 21% abv, em 2000, e, finalmente, a Utopias, em 2002, com 24% abv, que era um lugar ou estado ideal, o que o dono da cervejaria queria alcançar com essa cerveja.


Uma observação importante é que o movimento “extreme beer” não se resume a fazer cervejas fortes em volume de álcool, ele vai em todas as direções, desde quantidade de lúpulo, à inserção dos mais variados ingredientes. O importante é superar os limites do que uma cerveja pode ser.



Edu, Leo, Botto e Tati no Beertaste


A Samuel Adams Utopias 2005, que eu tive o imenso prazer de degustar na aba do Botto, Leo e Edu, para brindar a visita deste ao Beertaste, é uma cerveja sem carbonatação. Parece um licor, um conhaque, bem maltada, com aroma de vinho do porto, baunilha, toffee, agradável presença de álcool, chocolate. Isso é o que eu lembro. Mas também me recordo do Edu ter comentado que sentia muito trufas brancas, que é uma iguaria desconhecida por mim (confesso que a primeira vez que ouvi isso na vida achei que fosse trufa de chocolate, mas mesmo depois de ter provado azeite de trufas brancas, ainda não consigo identificar seu aroma ou sabor).

Jim Koch, fundador da Boston Beer Company, diz “"We wanted to make something that created a wow moment," (Nós queríamos fazer algo que criasse um momento “uau”).


Missão cumprida com louvor! UAU!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bloco Euricles de Malte

Tem FemAle no Samba: Tati, Talita, Lu, Duda e Regina!


Está virando tradição no carnaval carioca o bloco cervejeiro Euricles de Malte. Vestimos nossas fantasias, sambamos e passamos a tarde toda bebendo cerveja artesanal. Incrível!

O bloquinho!



Essa Carmem Miranda linda é a FemAle Lu, que posa ao lado de sua irmã e do cervejeiro Maurinho.



Os cervejeiros contribuíram direitinho.



A Duda levou a Defú, sua cerva defumada. A Lu levou a Lulúpulo. Também tínhamos uma cerveja feita coletivamente pela ACervA Carioca, um cornélius do Sylvestre, e várias garrafas de outros cervejeiros, Rodrigo Amorim, Bode, Fabio e Hamilton...

O Botto levou nada menos que 150 litros de sua Munich Helles.



A anja-diabinha Duda decorando a tina com confetes.



150 litros de Munich Helles no meio da rua, pra quem passasse, na choppeira cedida pelo Vice-Rey.



Eu, de alemã-índia, me abastecendo de Bottobier.



Ricardo Amorim, Cris, Tasso, Talita, Tati, Claudia, Rodrigo Amorim, Lu, Mauro e Botto
Ricardo Rosa e Duda



FemAles e Maurinho
O bloco foi um sucesso. Todas as torneiras e garrafas secaram. O vendedor de sorvete até devolveu a barraquinha pra ficar bebendo conosco a "cerveja forte".

Olhem aí na frente o vendedor de sorvete que eu falei!



De bombom na cabeça é o Lucio Fialho, patrono e idealizador do bloco!


A bandinha!



Os amigos
se encontram aqui!
No Euricles,
beber e curtir!

Beijar, amar,
Até quando a cerveja
do meu bloco
acabar!



E assim foi feito!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Harmonizações no Colher de Pau



Agora, com 63 rótulos de cerveja e um cardápio de dar água na boca, promoveu uma pequena harmonização de algumas de suas cervejas com alguns de seus divinos pratos.

Infelizmente, fiquei com poucas fotos das grandes estrelas, as harmonizações. Mas dá pra ter uma boa noção.

O maestro da noite foi o Botto, que explicou um pouco da história da cerveja, e seguiu logo pra parte prática.


Botto trabalhando!


Primeiro tivemos a deliciosa pilsen Czechvar com Camarão ao catupiry empanado. Harmonizou MUITO bem. O catupiry e a textura do empanado deram uma cremosidade absurda à cerveja. A massa do empanado andou de mãos dadas com a característica maltada da Czechvar. E o amargor final deu uma cortada fulminante e perfeita na gordura proveniente da fritura.


Provem, por favor!!!!! Se é que é possível escolher alguma, acho que foi a minha preferida.


Na sequência, tivemos Weihenstephaner com salada de camarão. A salada é linda. Parece um vulcão. Nota 1000 pra apresentação. O sabor nao deixa nada a desejar. Delícia. Achei que a salada intensificou o sabor da cerveja, aliviando, contudo, seu adocicado, talvez pelo molho. Boa pedida!


Início da apresentação!


Veio então a defumadérrima alemã Schlenkerla com costelinha suína. Precisa falar algo? Perfeição!


O destaque de 2009 chegou à mesa arrasando. Meantime IPA com filé mignon ao poivre (pimenta negra) e risoto de parmesão. A cerva dispensa comentários. É muito boa. Sou suspeita pra falar da escola inglesa. E fez um par muito interessante tanto com o queijo de sabor muito característico, quanto com a carne e sua pimenta. Fiquei encantada.


Muito legal!


De sobremesa, trufada de chocolate amargo com Demoiselle. Nem tenho mais palavras pra falar da Demoiselle. Sou muito fã e ponto final. O amargor do torrado da cerva fez dupla "avião com asa" com o amargor da torta. Vale a pedida!


A essa altura do campeonato, já estava todo mundo muuuuiito feliz. Não digo bêbados, mas felizes mesmo, porque tudo estava divino de verdade. Os papos iam de cervejas a trabalho voluntário. Todo mundo ficou amigo, trocou cartões, prometeu encontros ("vamos marcar. Vamos mesmo") e gargalhou a valer.

Felizes bebendo Demoiselle: Andréa Calmon, esta escriba (imitando o Maurício) e Aparecida


Aí, pra finalizar, aquela surpresa vinda dos céus. Me lembrei dos tempos de missa, quando o padre dizia: "Deus esteja convosco" E em coro a igreja respondia: "Ele está no meio de nós". No Colher de Pau foi "Ela está no Copo de nós". Melhor ainda: "No Copo de eu" (calma, amigos, licença poética!)


Brinde com DeuS!


E, assim, DeuS veio com torta de ricota com damasco e raspas de limão. Ui! Tudo que consegui escrever foi "Show!"


Anotações de uma pessoa feliz! (minha letra de verdade não é assim)



Até a próxima, meus amigos! 2010 brindes!