sábado, 31 de janeiro de 2009

Stout




Nosso encontro de 30.01.09 foi de degustação de cervejas Stout. E tivemos a presença da Ana Cláudia, primeira candidata à FemAle Carioca, e do maridão dela, o cervejeiro Reynaldo Bastos.



Ricardo e Reynaldo



De rótulos, tivemos Baden Baden Stout, La Brunette, Guinness Draught, Guinness Special Export, Harviestoun Old Engine Oil e Ommegang Chocolate Indulgence (nova iorquina) sendo esta trazida pelo Ricardo Rosa dos EUA.




Degustadas

Merece um post a parte


A Ommegang tem espuma cremosa, bege escura e duradoura. Tem a presença forte do chocolate e de café também. Traz baunilha, chocolate e torrado no aroma. No sabor tem chocolate e café. O amargor elevado é bem característico do torrado.

A La Brunette, com validade até julho de 2009, estava com problemas e não pudemos perceber nada que não o acético. Uma pena, pois sei que é uma boa cerveja.

Em seguida veio a Old Engine Oil, que tem 6% v.v. Cor negra, espuma bege-médio, de média durabilidade. Aroma beeem torrado, de bastaante malte chocolate. Muito sabor de chocolate, com um amargor beeeem intenso, proveniente do torrado.

Guinness Draught
Espuma bege bem clarinho, duradoura. Pouco aroma de café e torrado. Cerveja com pouquíssimo corpo, sabor e persistência. Uma covardia perto das outras.

Guinness Special Export
Aroma de diacetil bem perceptível, aceitável para o estilo quando é baixo. Álcool, torrado. Chocolate presente no sabor, também café. Licorosa. Amargor do torrado médio a alto e persistente.

Baden Baden
Excelente formação de espuma. Bege escuro. Boa duração. Aroma de torrado, bastante chocolate, até meio perfumado. Sabor de chocolate, com amargor bem elevado e de média durabilidade.

Como esse encontro começou mais tarde, fizemos uma degustação meio às pressas, por isso anotamos poucas coisas e não usamos nossa ficha de degustação.


Cabe também outra observação. Gosto não se discute, e nós estamos aprendendo a avaliar as bebidas, a FemAle é um treinamento, uma busca de aprimoramento (além de uma fonte de diversão inesgotável) mas quando criticamos abertamente uma cerveja em um post, o que deve ser feito com muita cautela, nada mais é do que uma opinião do grupo assumida de forma unânime. Só escrevo que uma cerveja é fraca, ou ruim, quando o grupo todo entende assim.


Finda a degustação, pulamos pra harmonização e iniciamos a comilança com Bruschettas, especialidade da Lu. Depois o menu foi todo da Talita: Salada colorida, Quiche de parmesão, e Brownie com sorvete e calda de chocolate pra sobremesa.





À certa altura da noite, os meninos não aguentaram a pressão e sucumbiram ao charme de Morfeu, deus do sono. Ressalvados Tiago e Tasso que permaneceram inteiros até o fim.



Cada um se jogou prum lado





Nana nenê


Mas nós adoramos, pois foi a deixa para a mais doce vingança de todas as estripulias feitas conosco .

Com o Botto

Mauro achocolatado. Detalhe ao fundo: Ricardo na sarjeta.


Só Tiago e Tasso se mantiveram de pé

A noite acabou umas 4h da manhã, ou Deus sabe quando, pois os neurônios estão me abandonando – bando de ingratos!

Um brinde!


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Porter

Por vários motivos, há tempos a FemAle estava marcando a degustação do estilo Porter. Tanto porque a maioria de nós realmente gosta do estilo, tanto pela homenagem à Demoiselle, a Porter da cervejaria Colorado, receita do nosso amigo Ricardo Rosa. A entrevista que a revista Beer Life pediu para fazer com a gente acabou antecipando a degustação e sendo uma ótima desculpa para a gente incrementar o nosso encontro, que foi novamente um sucesso. Desta vez, foram cinco FemAles (a Flávia não conseguiu sair de São Paulo, onde estava trabalhando) e de convidados tivemos o Ricardo, o Mauro, o Tasso e o Botto (que já são quase FemAles, hehe) e ainda a Clarinha, filha do Botto, a Thais, filha do Ricardo, e a Carol, prima dela. Ah, e claro, a repórter Maíra e o fotógrafo Alfredo, da Beer Life. A degustação foi na casa do Mauro, sempre gentil (não falei que esses homens estão loucos pra ser FemAle?)

Ricardo explica sobre o estilo


Maltes ao redor do pão que usamos para limpar a boca entre uma e outra cerveja

Antes da degustação, o Ricardo fez uma explanação sobre o estilo e, como bom professor e PHD que é, levou ainda exemplos dos maltes chocolate, brown malt, black mal e cevada torrada, todos usados na elaboração da cerveja. (É bem verdade que, segundo alguns escritos, a cevada torrada (roast barley) é bem mais usada no estilo Stout e seria uma das diferenças das duas cervejas, apesar de não ser incomum encontrar e elaborar receitas com um toque da cevada torrada). A Porter, de acordo com o BJCP, é uma cerveja onde o malte torrado (com notas de café e chocolate) está muito mais presente que o lúpulo e o fermento, tanto no aroma, quanto no sabor.


Lu, Talita, Duda, Tati e Regina (da esquerda para a direita)


Segundo o livro "Designing Great Beers" (Ray Daniels), os registros da primeira Porter datam de 1722. Daniels diz que a Porter é a primeira cerveja verdadeiramente industrial, já que o estilo se beneficiou da Revolução Industrial e dos grandes tanques de armazenamento e maturação que surgiram no século 18 o que, além de ter apressado sua elaboração, aumentou imensamente a capacidade de produção.


Nas fotos abaixo, o duro trabalho do fotógrafo Alfredo, da Beer Life





A degustação foi às cegas e, só posteriormente, soubemos a ordem que as cervejas nos foram servidas : Encorpada, London Porter (Fuller´s), Demoiselle (Colorado), Meantime e Graúna (Bottobier). A Encorpada, dos nossos amigos cervejeiros Rafael Targino e Márcio Duran, e a Graúna, do Botto, foram respectivamente 10º lugar e 4º lugar no 2º Concurso Nacional "Mestre Cervejeiro Eisenbahn", em dezembro passado.






A London Porter foi escolhida como a melhor cerveja por unanimidade, já que apresentou mais aroma e mais sabor de café, torrado e chocolate equilibradamente e com persistência no amargor. Em segundo lugar, com exceção da Regina, ficou a Demoiselle. Aliás, a Eduarda foi a única que acertou! Todas achávamos que a Demoiselle tinha sido a segunda que experimentamos. Eu e a Tati, por exemplo, achamos que o aroma de café estava bem menos intenso e, por isso, até a classificamos como "industrial". A espuma da Demoiselle estava bem cremosa e num marrom que combinava muito com o escuro da cerveja. Ela também deu um pouco mais de calor e apresentou mais corpo que a London Porter.


Para a Regina, em segundo lugar estava a Meantime, que chegou em nossas mãos servida com uma generosa espuma e um aroma de estragado. Com o passar do tempo o fim da espuma, conseguimos notar um pouco mais do café. No entanto, na minha opinião, ela continuava com aroma estranho e um sabor avinagrado decepcionante. A Meantime variou do segundo lugar ao último. A Encorpada estava mais leve e notava-se menos a presença dos maltes torrados tanto no aroma, quanto no sabor. A Graúna estava mais equilibrada, mas notava-se um aroma e sabor um pouco metálicos.
















Bruschettas e, ao lado, meninos cozinhando




Depois da degustação, partimos para a harmonização. O menu foi, mais uma vez, de dar inveja. Bruschettas de entrada, Filé mignon grelhado ao molho de cerveja preta com arroz a piamontese como prato principal e uma deliciosa mousse de chocolate de sobremesa, uhmmmmm. Durante o jantar, demos entrevista, conversamos sobre a vida e bebemos ainda Schwarzbier, da cervejaria Bamberg. E nem conto pra vocês... Semana que vem tem mais e é Stout!

Alfredo, Maíra, Tati, Tasso, Eu, Mauro , o povo da saideira

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Novidades: Gattopardo




Inaugurou no dia 20 de janeiro de 2009 a mais nova cervejaria carioca, Gattopardo, que tem como mãe e criadora das receitas a ex-Devassa Kátia Jorge.




A casa, que fica na Rua Conde Bernadotte, no Leblon, serve 3 tipos de chopp - Lager Bossa (Pilsen), Ale Bossa (Brown Ale) e Strong Bossa (Belgian Strong Ale).




Infelizmente, por péssimas condições de saúde, não pude sentir o aroma do Pilsen, mas achei muito gostoso.






Com o passar da noite, melhorando um pouco, já que cerevisia malorum... divina medicina (tradução livre: um pouco de cerveja é uma medicina divina), posso dizer o seguinte:



O Brown Ale é bem frutado, bastante cravo. Tem coloração marrom, límpido. A espuma é bem cremosa, muito devido ao chopp ser empurrado por uma mistura de CO2 e nitrogênio. É um chopp que agrada paladares doces. Tem 14 IBUs.





O Strong é também uma delícia. Encorpado, bem frutado, banana, cravo, pêra, picante, com bastante complexidade. Alcoólico. Amargor no final bem legal e equilibrado. Esse tem 8,5% a.b.v.




As comidas do bar são uma delícia. Tudo de primeira qualidade. Vale a pena o bolinho de arroz, mas também achei bem legal o encondidinho de batata baroa (mandioquinha). De sobremesa tem aqueles bolinhos de dia de chuva, com doce de leite e calda de chocolate.


Os preços também estão honestos. Pelo que lembro, a tulipa de pilsen estava R$3,50.


Uma das novidades são os vários drinks feitos com cerveja. Não deu pra provar tudo, temos que voltar várias vezes pra degustar de tudo o que a ótima casa oferece.


Outra sacada legal da Kátia, o cardápio explicativo dos chopps descreve os ingredientes utilizados em cada um deles. Isso mostra que o segredo é nada mais do que uma mesquinharia. O talento faz a bebida. Viva o grande cervejeiro!


Um brinde à expansão cervejeira!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

FemAle Carioca no Globo Bairros

O caderno de bairros do jornal O Globo publicou no domingo a reportagem “Gelada Artesanal”, na qual a FemAle Carioca aparece. A mesma matéria deverá sair também na edição do caderno Zona Sul, na quinta-feira, 22 de janeiro. Nos links abaixo é possível acessar as páginas.

Capa
Página 20
Página 21
Página 22
Página 23
Página 24
Página 25

Um brinde!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Em defesa do prazer

Na esteira do movimento Slow Food, começa a tomar forma no Brasil o movimento Slow Beer, em defesa das microcervejarias e do prazer de degustar uma boa cerveja. Quem nos conta a novidade é Marco Falcone, dono da cervejaria mineira Falke Bier e vice-presidente do Instituto Conviva (Icon), criado pelo Convivium (grupo) do Slow Food de Tiradentes (MG). Para quem ainda não conhece, o Slow Food é um movimento criado em 1986 na Itália por Carlo Petrini. Além do prazer de comer bem, de comer devagar, em companhia de amigos ou parentes, saboreando os alimentos e escolhendo com cuidado o que leva à boca _ em oposição absoluta ao conceito do fast food_, o grupo batalha ao redor do mundo para proteger produtos quase esquecidos ou que estão desprotegidos.
Margarida Nogueira é chef, consultora em gastronomia e presidente do Convivium do Rio, o primeiro dos 19 que já existem no Brasil. “Num dos livros do (Carlo) Petrini, ele conta que gostava muito de uma salada de pimentões que comia na região do Piemonte, quando era garoto. Numa viagem por lá, ficou com vontade, parou num restaurante e pediu. O gosto não era o mesmo. Ele foi querer saber o porquê da mudança na textura e no sabor dos pimentões e descobriu que eles eram importados da Holanda e que ali não se cultivava mais. Ele ficou horrorizado”, conta. Agora, Falcone e o grupo de Tiradentes querem proteger a cerveja e começam a fazer atividades em defesa das cervejas artesanais e das microcervejarias.




Falcone, de boné ao fundo da Foto, no 1º BH Home Bier, evento apoiado pelo ICON/Slow Beer, em abril/2007


Como não poderia deixar de ser, quando o Slow Food chegou à Alemanha resolveram criar o Slow Beer, com o mesmo princípio de não só prestigiar as cervejarias de pequeno porte, como também de protegê-las. É a Alemanha que hoje inspira as ações que o grupo brasileiro quer tomar. "Queremos fazer projetos como os da Alemanha e desenvolver instrumentos de gestão para apoiar as pequenas cervejarias, para que elas continuem tendo seu mercado apesar das dificuldades impostas principalmente pelas grandes empresas. Podemos, por exemplo, contratar consultores que nos ajudem a elaborar estratégias d proteção comercial, como uma blindagem mesmo. Vamos ainda travar ações de comércio justo. Ainda estamos engatinhando, este ano que vamos tirar as ideias do papel. A promoção da cerveja artesanal no Salão do Gosto, que é um grande evento do movimento Slow Food, é uma das propostas que colocaremos em prática logo esse ano. Outra ação é contratar palestrantes para falar sobre a importância da convivialidade e da da cultura cervejeira", diz Falcone. Sim, convivialidade. Um dos preceitos dos movimentos slow é investir no prazer da degustação, seja de comida ou de bebidas, mas sempre acompanhado de amigos.



Quem tiver a sorte de estar na região da Francônia, na Alemanha, em abril pode participar de uma mega feira SlowBier realizada pelo Convivium da região. O tema é "Cerveja e mais. Sabor, prazer, vivência". A feira acontece nas cidades de Münchberg und Helmbrechts. Se vocês se lembram do Post da Tati sobre Bamberg, já sabem que "região cervejeira da Francônia tem a maior densidade de cervejarias, mais ou menos 300, por número de habitantes do mundo". Se alguém for lá, depois me conta! Um brinde slow!