quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Degustação de Nacionais no Lapa Café


Tá bom pra você?

Foi essa a primeira noite de degustações de cervejas no Lapa Café. A série acontecerá toda semana e sempre trará um palestrante e cervejas diferentes para serem apreciadas pelo público.


Júnior, o dono da casa, abrindo a primeira noite


A noite foi de algumas nacionais, e quem nos brindou com seu conhecimento foi o Maurinho. Começamos com as pilsens Conti (SP), Backer (MG) e Colorado Cauim (SP). Os gostos variaram na mesa, e cada rótulo teve sua preferência na opinião dos degustadores.

As pilsens e o Maurinho, explicando o que esperar do estilo


Atuação do Maurinho


As primeiras degustadas e minha caneta-polvo anotando tudo



Seguimos então para as 2 representantes do estilo trigo: a mineira Backer e a Mistura Clássica (de Volta Redonda/RJ).




A Mistura Clássica é uma cerveja excelente, mas essa, em particular, não estava tão legal. A Backer faturou a preferência, com mais ésteres e cremosidade.




A próxima foi uma Backer Pale Ale, apreciada por todos na mesa.



A mineirinha no estilo Pale Ale


Veio então a Colorado Indica (SP), representando as IPAs, velha e querida conhecida de todos nós.
Minha caneta-polvo arregalou os olhinhos ao se deparar com a Indica

Nossa mesa


Próximas na mesa: Mistura Clássica Amber, bem gostosa, com predominância de toffee, e a Backer, com aroma intenso de chocolate e corpo leve.


A Catarinense Eisenbahn, Weizenbock. Medalha de prata no European Beer Star


Mais uma Colorado, a Demoiselle. E minha caneta-polvo olhando encantada pra essa senhora cerveja



A surpresa da noite: Backer Chocolate e Demoiselle com petit gateau

Nunca pensei que uma sobremesa combinaria tanto com uma cerveja mais adocicada, como a Backer, e igualmente com uma de maior amargor do torrado, como a Demoiselle. Foi a harmonização onde mais senti o carinho que a comida faz na bebida e vice-versa, como diz renomado chef brasileiro.


Júnior conversando conosco



Pra finalizar, o Bode nos brindou com sua Albina, witbier caseira que ficou entre as finalistas no IV Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, organizado pela ACervA Carioca.








FemAles Tati e Lu bebendo uma Schiehallion com o palestrante da noite, sendo desfocadas pelas lentes do Botto

Um brinde a essa noite especial!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inauguração do Lapa Café


O Lapa Café, um bar de cervejas especias na Lapa, com mais 330 rótulos de cervejas, já abriu há algum tempo, e inclusive abrigou a festa de 1 ano da FemAle Carioca e as avaliações do estilo livre do IV Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, organizado pela ACervA Carioca. Mas agora iniciaram uma nova etapa, uma Programação Cultural de dar água na boca.


Júnior, o dono da casa, abrindo os trabalhos e dando as boas-vindas ao pessoal

Ontem rolou a inauguração, com uns showzinhos super legais, de rock, blues, jazz, MPB.


O primeiro show


Hoje, 24 de novembro, tem degustação de cervejas especiais. E assim segue a programação.


Onde tem novidade, tem FemAle dando pinta. Lu e Tati conferiram a inauguração.


Um brinde a mais uma bela opção no RJ.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Europa: Portugal - Parte 1

Com alguns dias de férias e o Lançamento do livro "Vinhos, uma festa dos sentidos", do meu pai em Portugal, resolvi dar uma volta pela Europa. Um dos objetivos, claro, era desbravar o mundo de cervejas por aqueles cantos.
Vou começar esta série de posts comentando sobre as cervejas portuguesas. Tive a oportunidade de experimentar as seguintes:

1. Sagres Bohemia - 6,2% alc.
2. Sagres - 5% alc.
3. Super Bock - 5,2% alc.
4. Super Bock Stout - 5% alc.
5. Super Bock Abadia - 6,4% alc.
6. Bohemia Reserva 1835 - 6,6% alc.

Pastelaria Sagres


A maioria delas são do estilo pilsen. Bem leves, de cor clara, porém com um pouco mais de persistência e sabor que as nossas pilsens Brasileiras.

Vale uma atenção especial para a Super Bock e a Bohemia Reserva, que são um pouco mais encorpadas.




Ótimas cervejas para o dia-a-dia, mas eu e o Tiago, meu irmão, que estava viajando comigo, queríamos mais e seguimos a indicação de procurar cervejas importadas no mercado "El Corte Inglés".

Não tínhamos muitas esperanças de grandes degustações devido ao custo do Euro e a falta de cervejas importadas nos bares de Lisboa.

Porém para nossa sorte, a surpresa veio a calhar:

Encontramos um mercado repleto de cervejas importadas a um custo baixíssimo, comparado ao que encontramos no Brasil. Fizemos a festa!! Enchemos o carrinho do Tomaz de Punk IPA, Satan Gold, Judas, La Trappe, Orval, Timmermans, ... entre outras. Cerca de 30 rótulos diferentes.

As degustações ocorreram no hotel de Lisboa e Porto, no intervalo dos passeios e durante a arrumação das malas.


A minha predileta foi a Punk IPA, da Brew Dog, uma escocesa com 6% alc., mmmuuuuuiiitttoooo lupulada!!!! Maravilhosa!!!!

A Satan Gold, bastante comentada no Brasil, não estava boa. A Judas, uma Strong Golden Ale, belga com 8,5% alc. também estava uma delícia.

A despedida foi com a Gordon Platinun, de cor clara, fresca e bem encorpada. Ótima!



Novas aventuras em breve.

Saúde!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Isso é que é artesanal

Se você,
meu amigo cervejeiro caseiro, se orgulha de dizer que a breja que elabora é artesanal, pense de novo. Você, caro companheiro de hobby, que usa densímetro, refratômetro, sais, leveduras importadas, automatizou seu equipamento e tem tanques cônicos para fermentar, não viu ainda o que é efetivamente usar método artesanal no fabrico de uma cerveja. Artesanal mesmo é o que faz, desde 1935, Rupprecht Loeffler, esse senhor simpático de olhos vivos e azuis, na Canoinhense, a mais antiga cervejaria do país. Lá, eu e marido estivemos nas férias (não vou dizer quando, pra notícia não ficar velha).




Na charmosa casa fica a cervejaria,
onde s. Loeffler nos espera com um cativante sorriso




Ele nos oferece suas quatro cervejas
e ainda brinda com convidados

A fábrica foi inaugurada por alemães em 1900 e adquirida pela família Löffler em 1924 por 110 contos de réis e dois cavalos. S. Loeffler, que nasceu em Corupá (SC), em 1917, toca a cervejaria desde 1935. Uma vez por mês ele produz 1.500 garrafas de quatro marcas cujas receitas estão na família há muitas gerações. Leves, em torno de 3%, elas seguem a Lei da Pureza e usam apenas malte, lúpulo, água e fermento. Ele pasteuriza suas cervejas.

O moinho

Há mais de 20 anos ele conta com a ajuda de Tadeu Massaneiro, de 64 anos. Ex funcionário da distribuidora que a Brahma tinha na cidade, foi ele quem nos deu o tour pela interessante cervejaria. A água vem do poço para uma caixa e direto para o tachos de cobre que cozinha o malte no fogo à lenha .

O tacho de cobre e abaixo o forno


Depois de aproximadamente uma hora de brassagem, o mosto passa para o tacho de filtragem de madeira de carvalho que tem um fundo falso. Depois de separado o bagaço, o mosto volta para a panela de cobre onde é fervido e recebe o lúpulo.


O tacho da fervura e a concha que ele usa para levar o mosto
à banheira resfriadora

É com uma concha improvisada que todo o líquido é passado para uma mega banheira de aço onde ele resfria sob um ventilador e, por meio de um cano, segue para o fermentador. O processo, segundo Tadeu, geralmente vai das 3h às 10h.


Olha o fermentador
Juro que segurei a respiração


Lavador de garrafas, ele usa soda cáustica para tirar os adevisos e toda a sujeira

A escova que limpa as garrafas é feita de crina de cavalo

Os barris de carvalho onde a cerveja descansa têm mais de 100 anos e vieram da Europa, como a maior parte do equipamento.



É assim que eles engarrafam...



Casado com Gerda, de 85 anos, S. Loeffler tem quatro filhos, seis netos e uma bisneta. E ele atribui à cerveja caseira, que não tem conservante e faz bem para tudo, a força que exibe até hoje. E garante: bebe desde os três anos. "Lá em casa éramos cinco piá (criança) e não tinha leite para todo mundo. A mãe brigava com o pai e dizia que era para dar chope para todo mundo. Crescemos fortes, com saúde e sem pegar mosléstia. Os vizinhos pegavam, mas nós eramos tudo corado, forte, com boa saúde", lembra sorrindo. Todos os dias, ele bebe pelos menos um copo do que chama de "líquido medicinal". "Meu pai, meu avô, meu bisavô, todos faziam cerveja lá em Munique. Do mesmo jeito que era lá, fazemos aqui. Meus filhos vão ficar com a cervejaria. Não podemos deixar morrer a tradição. Temos que ter cerveja pura".

Rótulo de homenagem aos 90 anos de S. Löffler


S. Loeffler é adorável, simpático e gosta de conversar. Ele passa o dia no caixa da cervejaria, onde anota os pedidos de todos os fregueses a lápis e recebe visitantes de todo canto do país. Cada uma das quatro cervejas que vende, Mocinha, Jahu, Nó de Pinho e Malzebier, ele reconhece de longe, pela cor da tampinha.

O bar é um capítulo à parte. Dezenas de animais empalhados enfeitam as paredes da casa antiga. Alguns estão em poses jocosas, fumando, fazendo gfaça. O irmão de Rupprecht, Willhelm, era taxidermista. "O tamanduá-bandeira caçamos no Mato Grosso, na floresta aqui perto de casa, caçamos capivaras, quatis, lontras e bugius. Só de macacos empalhados temos mais de 50", conta ele.

Experimentamos na visita todas as cervejas, como não poderia deixar de ser. Docinhas e leves, elas não são para todos os paladares, mas fazem sucesso e são orgulho na cidade. Do lado de fora da cervejaria, sob um frondoso pinheiro canadense (juro que esquecemos de tirar as fotos), há mesinhas num espaço Biergarten muito frequentado pelos jovens que estudam na faculdade de Canoinhas. Nós adoramos o passeio. O sol já estava se pondo e o friozinho do início da noite de inverno nos mandou embora, mas a visita ficará na nossa memória.