segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Blog do Bob: Os Melhores de 2009

Recebi um email do Roberto Fonseca para que as FemAles Cariocas respondessem a sua enquete.

Como chegar a um consenso entre 6 mulheres é muito difícil, vejam lá nossas respostas.




Obrigada Bob!


Um Brinde e que em 2010 tenhamos muitos encontros e ótimas cervejas!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Três wits e um prato

Na última sexta-feira, já em clima de confraternização natalina, fizemos na minha casa um encontro para harmonizar as witbiers que ganhamos de presente dos catarinenses Marco Zimmerman e Max Prujansky durante o IV Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, em outubro. Convidamos para o jantar Daniel Barros, o Bode, que teve sua receita do mesmo estilo como finalista do último concurso. Também estavam lá os já habituais Mauro (que levou a filhota Luísa), Ricardo, Tasso e Tiago (que foi com a mulher Mara e os filhos Mateus e Thomaz).


Olha todo mundo aí, morrendo de calor numa abafada sexta-feira primaveril

A witbier, bière blanche ou cerveja branca belgas são cervejas de trigo (usualmente não maltado), pálidas e refrescantes, com alta carbonatação, frutadas e condimentadas tanto pelo fermento quanto pela adição de semente de coentro e casca de laranja curaçao. Outros temperos como camomila, cominho e canela podem ser usados para dar complexidade ao aroma e sabor.

A Hoegaarden é a mais conhecida e fácil de se encontrar no Rio e está disponível até em supermercados mais populares. Eu, que adoro cervejas de trigo, também gosto muito das wits que muito servem para aliviar o calor do nosso verão carioca.

A ideia inicial era fazer uma degustação de váaarias wits, mas como só achamos a Hoegaarden, decidimos que isso não seria problema e então prepararamos um jantar só com a ótima desculpa de harmonizar os nossos presentes.

Nessa parte as coisas degringolaram um pouco, já que eu me esqueci do básico da culinária: nunca cozinhe pra um batalhão (eram 12 pessoas e 2 crianças) uma comida que nunca fez na vida...
O cuscuz marroquino desandou virou uma papa e foi pra frigideira se transformar em bolinhos que aplacaram um tiquinho da fome da galera, enquanto eu transformava o jantar num risoto, que também não ficou dos melhores.


De entrada a Duda fez um ceviche, que foi harmonizado com as Hoegaardens.



Em seguida, veio o risoto de camarão com damasco e coentro que foi harmonizado primeiro com a Opus do Zimmerman, depois com a Traíra do Max e por último com a Albina do Bode.

A Opus estava com um marcante aroma do coentro e ainda notas cítricas, mas os condimentos eram mais discretos no paladar. A Traíra chamava a atenção pelo aroma e sabor condimentados, mas com um corpo bem mais leve que a primeira. A Albina tinha mais corpo que as duas primeiras e estava mais equilibrada, ainda que as especiarias estivessem mais discretas.

Olha aí o Bode abrindo a Albina para nos servir


De sobremesa, uma deliciosa mousse de maracujá, providenciada também pela Dudinha (ainda bem que eu não me meti a fazer mais nada... sabe aquele dia que você não deveria entrar na cozinha????)



A Duda ainda nos surpreendeu com um lindo álbum de fotos (para cada uma de nós e com fotos diferentes) de presentinho de Natal! Que fofa essa FemAle.


Duda!!! No ano que vem, essa foto pode entrar no nosso presente,
que já estou declarando tradicional, hehe

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ceia de Natal ACervA Carioca

FemAle Carioca batendo ponto na Ceia de Natal da ACervA


Sábado, dia 05 de dezembro, ocorreu a já tradiça Ceia de Natal da ACervA Carioca, associação de cervejeiros caseiros, da qual todas nós fazemos parte.


Muitos dos associados levaram suas produções, então, conseguimos beber o dia todo só cerveja caseira. Mas pra não deixar faltar nada, a ACervA também bancou algumas hoegaardens e Leffes.


Não é Paulaner. É a cerva do Rafael Oliveira.



Duran, Targino, Maurinho e Lucio. No biersiphon, a munchen hell do Botto.

Logo de cara, abrimos com uma palestra sobre propagação de fermentos, ministrada pelo associado Lucio Fialho.


O Lucio faz a cerveja Lúcida.



Os primeiros a chegar


Depois tivemos almoço de bobó de camarão.


Galera do buffet Comida Di Panela, que nos regou de bobó de camarão pro almoço E janta.

De cervas, foram muitas, e posso acabar esquecendo alguma, mas vamos lá: SiniXtra Magia (red ale defumada), Beide (trigo e Cardamomo), Confraria do Marquês (Pilsen), Bottobier (Munich Helles), Lúcida (Belgian Pale Ale e dubbel), Cerveiga (stout), Dudabier (Rosas e Sex-a-holic), Sabtiem (leva coletiva da FemAle Carioca), cerveja do Rafael Oliveira, do Luiz Edmundo, e muitas outras.

André Villela bebendo a Pilsen do Maurinho


O Papai Noel deu pra cada associado uma taça e um chaveiro do Concurso.


Todo mundo feliz de copo novo




Interação entre antigos e novos associados, como o João Freire, de camisa laranja, que acabou de entrar.

Tão tradiça quanto a Ceia, é o sorteio de brindes. Esse ano tivemos uns agrados da Agrária, como bonés, canetas, chaveiros e canecas, e brindes da própria ACervA, como blusas do concurso, taças e chaveiros. O legal é que todas as pessoas foram sorteadas. Ninguém saiu de mãos abanando.


Um exemplar de cada brinde. Afinal, foram 50 brindes.


Marcelão ganhou taça da Agrária.



John aproveitou pra quitar as mensalidades com o Serginho.


Essa Ceia é um dos pontos altos do ano. Associados sumidos o ano todo sempre comparecem e nós sempre nos divertimos a valer. Já estamos ansiosas pelo próximo evento.



A macacada reunida


Um brinde! ÀCervA!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Degustação de Nacionais no Lapa Café


Tá bom pra você?

Foi essa a primeira noite de degustações de cervejas no Lapa Café. A série acontecerá toda semana e sempre trará um palestrante e cervejas diferentes para serem apreciadas pelo público.


Júnior, o dono da casa, abrindo a primeira noite


A noite foi de algumas nacionais, e quem nos brindou com seu conhecimento foi o Maurinho. Começamos com as pilsens Conti (SP), Backer (MG) e Colorado Cauim (SP). Os gostos variaram na mesa, e cada rótulo teve sua preferência na opinião dos degustadores.

As pilsens e o Maurinho, explicando o que esperar do estilo


Atuação do Maurinho


As primeiras degustadas e minha caneta-polvo anotando tudo



Seguimos então para as 2 representantes do estilo trigo: a mineira Backer e a Mistura Clássica (de Volta Redonda/RJ).




A Mistura Clássica é uma cerveja excelente, mas essa, em particular, não estava tão legal. A Backer faturou a preferência, com mais ésteres e cremosidade.




A próxima foi uma Backer Pale Ale, apreciada por todos na mesa.



A mineirinha no estilo Pale Ale


Veio então a Colorado Indica (SP), representando as IPAs, velha e querida conhecida de todos nós.
Minha caneta-polvo arregalou os olhinhos ao se deparar com a Indica

Nossa mesa


Próximas na mesa: Mistura Clássica Amber, bem gostosa, com predominância de toffee, e a Backer, com aroma intenso de chocolate e corpo leve.


A Catarinense Eisenbahn, Weizenbock. Medalha de prata no European Beer Star


Mais uma Colorado, a Demoiselle. E minha caneta-polvo olhando encantada pra essa senhora cerveja



A surpresa da noite: Backer Chocolate e Demoiselle com petit gateau

Nunca pensei que uma sobremesa combinaria tanto com uma cerveja mais adocicada, como a Backer, e igualmente com uma de maior amargor do torrado, como a Demoiselle. Foi a harmonização onde mais senti o carinho que a comida faz na bebida e vice-versa, como diz renomado chef brasileiro.


Júnior conversando conosco



Pra finalizar, o Bode nos brindou com sua Albina, witbier caseira que ficou entre as finalistas no IV Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, organizado pela ACervA Carioca.








FemAles Tati e Lu bebendo uma Schiehallion com o palestrante da noite, sendo desfocadas pelas lentes do Botto

Um brinde a essa noite especial!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inauguração do Lapa Café


O Lapa Café, um bar de cervejas especias na Lapa, com mais 330 rótulos de cervejas, já abriu há algum tempo, e inclusive abrigou a festa de 1 ano da FemAle Carioca e as avaliações do estilo livre do IV Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, organizado pela ACervA Carioca. Mas agora iniciaram uma nova etapa, uma Programação Cultural de dar água na boca.


Júnior, o dono da casa, abrindo os trabalhos e dando as boas-vindas ao pessoal

Ontem rolou a inauguração, com uns showzinhos super legais, de rock, blues, jazz, MPB.


O primeiro show


Hoje, 24 de novembro, tem degustação de cervejas especiais. E assim segue a programação.


Onde tem novidade, tem FemAle dando pinta. Lu e Tati conferiram a inauguração.


Um brinde a mais uma bela opção no RJ.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Europa: Portugal - Parte 1

Com alguns dias de férias e o Lançamento do livro "Vinhos, uma festa dos sentidos", do meu pai em Portugal, resolvi dar uma volta pela Europa. Um dos objetivos, claro, era desbravar o mundo de cervejas por aqueles cantos.
Vou começar esta série de posts comentando sobre as cervejas portuguesas. Tive a oportunidade de experimentar as seguintes:

1. Sagres Bohemia - 6,2% alc.
2. Sagres - 5% alc.
3. Super Bock - 5,2% alc.
4. Super Bock Stout - 5% alc.
5. Super Bock Abadia - 6,4% alc.
6. Bohemia Reserva 1835 - 6,6% alc.

Pastelaria Sagres


A maioria delas são do estilo pilsen. Bem leves, de cor clara, porém com um pouco mais de persistência e sabor que as nossas pilsens Brasileiras.

Vale uma atenção especial para a Super Bock e a Bohemia Reserva, que são um pouco mais encorpadas.




Ótimas cervejas para o dia-a-dia, mas eu e o Tiago, meu irmão, que estava viajando comigo, queríamos mais e seguimos a indicação de procurar cervejas importadas no mercado "El Corte Inglés".

Não tínhamos muitas esperanças de grandes degustações devido ao custo do Euro e a falta de cervejas importadas nos bares de Lisboa.

Porém para nossa sorte, a surpresa veio a calhar:

Encontramos um mercado repleto de cervejas importadas a um custo baixíssimo, comparado ao que encontramos no Brasil. Fizemos a festa!! Enchemos o carrinho do Tomaz de Punk IPA, Satan Gold, Judas, La Trappe, Orval, Timmermans, ... entre outras. Cerca de 30 rótulos diferentes.

As degustações ocorreram no hotel de Lisboa e Porto, no intervalo dos passeios e durante a arrumação das malas.


A minha predileta foi a Punk IPA, da Brew Dog, uma escocesa com 6% alc., mmmuuuuuiiitttoooo lupulada!!!! Maravilhosa!!!!

A Satan Gold, bastante comentada no Brasil, não estava boa. A Judas, uma Strong Golden Ale, belga com 8,5% alc. também estava uma delícia.

A despedida foi com a Gordon Platinun, de cor clara, fresca e bem encorpada. Ótima!



Novas aventuras em breve.

Saúde!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Isso é que é artesanal

Se você,
meu amigo cervejeiro caseiro, se orgulha de dizer que a breja que elabora é artesanal, pense de novo. Você, caro companheiro de hobby, que usa densímetro, refratômetro, sais, leveduras importadas, automatizou seu equipamento e tem tanques cônicos para fermentar, não viu ainda o que é efetivamente usar método artesanal no fabrico de uma cerveja. Artesanal mesmo é o que faz, desde 1935, Rupprecht Loeffler, esse senhor simpático de olhos vivos e azuis, na Canoinhense, a mais antiga cervejaria do país. Lá, eu e marido estivemos nas férias (não vou dizer quando, pra notícia não ficar velha).




Na charmosa casa fica a cervejaria,
onde s. Loeffler nos espera com um cativante sorriso




Ele nos oferece suas quatro cervejas
e ainda brinda com convidados

A fábrica foi inaugurada por alemães em 1900 e adquirida pela família Löffler em 1924 por 110 contos de réis e dois cavalos. S. Loeffler, que nasceu em Corupá (SC), em 1917, toca a cervejaria desde 1935. Uma vez por mês ele produz 1.500 garrafas de quatro marcas cujas receitas estão na família há muitas gerações. Leves, em torno de 3%, elas seguem a Lei da Pureza e usam apenas malte, lúpulo, água e fermento. Ele pasteuriza suas cervejas.

O moinho

Há mais de 20 anos ele conta com a ajuda de Tadeu Massaneiro, de 64 anos. Ex funcionário da distribuidora que a Brahma tinha na cidade, foi ele quem nos deu o tour pela interessante cervejaria. A água vem do poço para uma caixa e direto para o tachos de cobre que cozinha o malte no fogo à lenha .

O tacho de cobre e abaixo o forno


Depois de aproximadamente uma hora de brassagem, o mosto passa para o tacho de filtragem de madeira de carvalho que tem um fundo falso. Depois de separado o bagaço, o mosto volta para a panela de cobre onde é fervido e recebe o lúpulo.


O tacho da fervura e a concha que ele usa para levar o mosto
à banheira resfriadora

É com uma concha improvisada que todo o líquido é passado para uma mega banheira de aço onde ele resfria sob um ventilador e, por meio de um cano, segue para o fermentador. O processo, segundo Tadeu, geralmente vai das 3h às 10h.


Olha o fermentador
Juro que segurei a respiração


Lavador de garrafas, ele usa soda cáustica para tirar os adevisos e toda a sujeira

A escova que limpa as garrafas é feita de crina de cavalo

Os barris de carvalho onde a cerveja descansa têm mais de 100 anos e vieram da Europa, como a maior parte do equipamento.



É assim que eles engarrafam...



Casado com Gerda, de 85 anos, S. Loeffler tem quatro filhos, seis netos e uma bisneta. E ele atribui à cerveja caseira, que não tem conservante e faz bem para tudo, a força que exibe até hoje. E garante: bebe desde os três anos. "Lá em casa éramos cinco piá (criança) e não tinha leite para todo mundo. A mãe brigava com o pai e dizia que era para dar chope para todo mundo. Crescemos fortes, com saúde e sem pegar mosléstia. Os vizinhos pegavam, mas nós eramos tudo corado, forte, com boa saúde", lembra sorrindo. Todos os dias, ele bebe pelos menos um copo do que chama de "líquido medicinal". "Meu pai, meu avô, meu bisavô, todos faziam cerveja lá em Munique. Do mesmo jeito que era lá, fazemos aqui. Meus filhos vão ficar com a cervejaria. Não podemos deixar morrer a tradição. Temos que ter cerveja pura".

Rótulo de homenagem aos 90 anos de S. Löffler


S. Loeffler é adorável, simpático e gosta de conversar. Ele passa o dia no caixa da cervejaria, onde anota os pedidos de todos os fregueses a lápis e recebe visitantes de todo canto do país. Cada uma das quatro cervejas que vende, Mocinha, Jahu, Nó de Pinho e Malzebier, ele reconhece de longe, pela cor da tampinha.

O bar é um capítulo à parte. Dezenas de animais empalhados enfeitam as paredes da casa antiga. Alguns estão em poses jocosas, fumando, fazendo gfaça. O irmão de Rupprecht, Willhelm, era taxidermista. "O tamanduá-bandeira caçamos no Mato Grosso, na floresta aqui perto de casa, caçamos capivaras, quatis, lontras e bugius. Só de macacos empalhados temos mais de 50", conta ele.

Experimentamos na visita todas as cervejas, como não poderia deixar de ser. Docinhas e leves, elas não são para todos os paladares, mas fazem sucesso e são orgulho na cidade. Do lado de fora da cervejaria, sob um frondoso pinheiro canadense (juro que esquecemos de tirar as fotos), há mesinhas num espaço Biergarten muito frequentado pelos jovens que estudam na faculdade de Canoinhas. Nós adoramos o passeio. O sol já estava se pondo e o friozinho do início da noite de inverno nos mandou embora, mas a visita ficará na nossa memória.