segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Em defesa do prazer

Na esteira do movimento Slow Food, começa a tomar forma no Brasil o movimento Slow Beer, em defesa das microcervejarias e do prazer de degustar uma boa cerveja. Quem nos conta a novidade é Marco Falcone, dono da cervejaria mineira Falke Bier e vice-presidente do Instituto Conviva (Icon), criado pelo Convivium (grupo) do Slow Food de Tiradentes (MG). Para quem ainda não conhece, o Slow Food é um movimento criado em 1986 na Itália por Carlo Petrini. Além do prazer de comer bem, de comer devagar, em companhia de amigos ou parentes, saboreando os alimentos e escolhendo com cuidado o que leva à boca _ em oposição absoluta ao conceito do fast food_, o grupo batalha ao redor do mundo para proteger produtos quase esquecidos ou que estão desprotegidos.
Margarida Nogueira é chef, consultora em gastronomia e presidente do Convivium do Rio, o primeiro dos 19 que já existem no Brasil. “Num dos livros do (Carlo) Petrini, ele conta que gostava muito de uma salada de pimentões que comia na região do Piemonte, quando era garoto. Numa viagem por lá, ficou com vontade, parou num restaurante e pediu. O gosto não era o mesmo. Ele foi querer saber o porquê da mudança na textura e no sabor dos pimentões e descobriu que eles eram importados da Holanda e que ali não se cultivava mais. Ele ficou horrorizado”, conta. Agora, Falcone e o grupo de Tiradentes querem proteger a cerveja e começam a fazer atividades em defesa das cervejas artesanais e das microcervejarias.




Falcone, de boné ao fundo da Foto, no 1º BH Home Bier, evento apoiado pelo ICON/Slow Beer, em abril/2007


Como não poderia deixar de ser, quando o Slow Food chegou à Alemanha resolveram criar o Slow Beer, com o mesmo princípio de não só prestigiar as cervejarias de pequeno porte, como também de protegê-las. É a Alemanha que hoje inspira as ações que o grupo brasileiro quer tomar. "Queremos fazer projetos como os da Alemanha e desenvolver instrumentos de gestão para apoiar as pequenas cervejarias, para que elas continuem tendo seu mercado apesar das dificuldades impostas principalmente pelas grandes empresas. Podemos, por exemplo, contratar consultores que nos ajudem a elaborar estratégias d proteção comercial, como uma blindagem mesmo. Vamos ainda travar ações de comércio justo. Ainda estamos engatinhando, este ano que vamos tirar as ideias do papel. A promoção da cerveja artesanal no Salão do Gosto, que é um grande evento do movimento Slow Food, é uma das propostas que colocaremos em prática logo esse ano. Outra ação é contratar palestrantes para falar sobre a importância da convivialidade e da da cultura cervejeira", diz Falcone. Sim, convivialidade. Um dos preceitos dos movimentos slow é investir no prazer da degustação, seja de comida ou de bebidas, mas sempre acompanhado de amigos.



Quem tiver a sorte de estar na região da Francônia, na Alemanha, em abril pode participar de uma mega feira SlowBier realizada pelo Convivium da região. O tema é "Cerveja e mais. Sabor, prazer, vivência". A feira acontece nas cidades de Münchberg und Helmbrechts. Se vocês se lembram do Post da Tati sobre Bamberg, já sabem que "região cervejeira da Francônia tem a maior densidade de cervejarias, mais ou menos 300, por número de habitantes do mundo". Se alguém for lá, depois me conta! Um brinde slow!

3 comentários:

Eduarda Dardeau disse...

Adorei o post, Talita! Ainda não conhecia o movimento de SlowBier, mas sempre gostei da idéia de degustar, saborear e selecionar o que bebemos e comemos.
Muito "Sabor, Prazer e Vivência" pra FemAle!!!
Bjos...

Eduarda Dardeau disse...

Ah... Feliz Aniversário!!!!!!!
Muita saúde, paz, amor, suce$$o e CERVEJA!!!!

Tatiana disse...

Pão e Cerveja!
beijos