Depois de 2 anos de degustação FemAle, enfim, chegou a vez das minhas prediletas, as lambics e gueuzes.
Foi um longo trabalho de convencimento mas o resultado foi super positivo. Marcamos a degustação na casa da FemAle Lu, como despedida do ap, pois ela está de mudança para Botafogo.
Mas o que são cervejas Lambics e Gueuzes?
A cerveja do tipo Lambic é a mais antiga cerveja do mundo e a única com fermentação espontânea. Somente cervejas com fermentação espontânea podem usar o nome Lambic.
As cervejas do estilo Gueuze surgiram quando o mestre cervejeiro misturou diversas Lambics, ou seja, cervejas de várias idades e diferentes gostos e, com base nessa mistura nasceu a cerveja Gueuze.
Uma qualidade peculiar na cerveja tipo Gueuze é que, além de possuir fermentação espontânea, ela fica armazenada em barris de madeira de carvalho, atingindo a maturidade somente três anos depois da fabricação.
Fui responsável por selecionar as cervejas e sugerir as harmonizações. Nossos convidados de honra, Pete Slosberg e sua esposa, Amy, que estavam passando uns dias no Rio de Janeiro, ainda nos presentearam com duas cervejas para complementar a degustação.
Escolhemos damasco com gorgonzola para beliscar, “Cebiche de Pescado” de entrada, Risoto de Salmão defumado de prato principal e Cheesecake de chocolate com frutas vermelhas de sobremesa.
As cervejas foram as seguintes:
1. Russian River Brewing – “Supplication” with cherries – USA – 7% alc (Trazida pelo Pete) – Sabor azedo e com um leve picante, aparência alaranjada e aroma de ostras, cereja e mar.
2. Cantillon Fou' Foune – Bélgica - Damascos orgânicos são fermentados com Lambic de dois anos de envelhecimento. As frutas são quebradas a mão, antes de serem mergulhadas em lambics de 2 anos. A cerveja extrai o sabor e aroma rapidamente e as Foufounes são engarrafadas depois de dois meses. A cerveja é azeda, um pouco turva com pedaços da fruta e tem uma cor dourada. Sua produção é limitada a 3 mil litros por ano.
3. Boon Oude Geuze Mariage Parfait – Bélgica – 8% alc - É uma mistura de 100% de cervejas lambics, maturadas em tonéis de carvalho, passando ainda por uma segunda fermentação na garrafa. Esta cerveja tem pelo menos três anos de idade quando engarrafada. É uma cerveja seca, bastante atenuada (baixa doçura), com baixa carbonatação e caracterizada por intensos ésteres frutados e sabor especialmente ácido. Aromas de cavalo, aparência homogênea e cor laranja clara.
4. Grand Cru Bruocsella - Bélgica – 5% alc - É uma lambic maturada por três anos em barris de carvalho. Cor dourada, ligeiramente âmbar e aroma de cavalo. O sabor deriva do caráter seco e da acides leve e discreta. Pouco salgado e picante.
5. Cantillon Cuvée des Champions - Bélgica – 5% alc - Não é uma gueuze tradicional porque é feita apenas por uma lambic de dois anos de 2001, e não por uma mistura de lambics jovens e antigas. Também leva dry-hop no barril por três semanas com lúpulo fresco Styrian Goldings. A re-fermentação na garrafa é conseguida com a adição de açúcar cândi. Aparência laranja escura e pouco turva. Sabor azedo e salgado.
6. Russian River Brewing – “Temptation” - USA – 7,5% alc (Trazida pelo Pete) – Aroma de uva e chocolate, aparência amarelo ouro com sabor azedo porém um pouco mais doce que as anteriores.
A maioria das cervejas harmonizou muito bem com os pratos, principalmente com o peixe e com o damasco.
Eu, particularmente, adorei as cervejas e as harmonizações. De um modo geral, metade dos presentes se surpreendeu com o estilo lambic e gueuze.
Acredito, que com outras degustações e novas cervejas deste estilo no Brasil, mais pessoas irão aprender a gostar.
Até a próxima!
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