segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Double Chocolate Stout + Caseiras

A reunião era para degustar com calma a Double Chocolate Stout, no final do domingo na casa do Mauro. Mas, pra variar, além dela acabamos degustando várias caseiras.


Começamos a tarde/noite com a DCS, a receita surgiu da feliz parceria entre o Mauro, o Ricardo e o Carlos Bolzan da Dado Bier. Estamos falando do Lote 001 de uma cerveja que levou 3 anos para chegar nesse ponto. A Double Choolate Stout tem 10,5% abv. e está sendo distribuída em uma belíssima garrafa de cerâmica, para poucos sortudos do meio cervejeiro.

Ela tem espuma cremosa, de cor dourada marrom, com pouca sustentação.
No aroma, torrado, leve chocolate, leve baunilha.
Com baixa carbonatação, no sabor sentimos torrado, leve chocolate, calor do álcool e a viscosidade vinda da aveia - sim ela leva aveia. Não é doce e tem ótimo drinkability apesar de seus 10,5% de álcool. Ao esquentar no copo, vai ficando licorosa.

Uma cerveja deliciosa, muito equilibrada e que espera o bom senso do MAPA do Rio Grande do Sul para aprová-la.

Partimos então para uma degustação de Caseiras.
Começamos com a Junka Beer Double Vienna do André Junqueira de Curitiba. Ele foi o ganhador do V Concurso Nacional de Cervejas Artesanais, realizado em junho de 2010 em Porto Alegre, na categoria Märzen. Uma lager, com 7,6% abv. e 36 IBUs, encorpada, levemente adocicada, bem carbonatada, turva, de cor dourada e com um belo rótulo. A garrafa foi um presente enviado ao Mauro e segundo ele a proposta é unir o estilo clássico à já também clássica mania dos americanos em pesar a mão no lúpulo, fazendo tudo virar double.



Aproveitando que eramos poucos, fizemos a degustação horizontal do six pack Single Hop IPA, invenção da parceria entre os cervejeiros caseiros Phillip Zanelo de São Paulo e Alan Gregor de Piracicaba/SP. Eles formavam a Cervejaria Brix.








O pack era formado por 6 garrafinhas de 330 ml, de uma India Pale Ale feita exatamente da mesma maneira, porém cada garrafa apresentava uma variedade diferente de lúpulo. O amargor foi ajustado para 40 IBU´s, de modo que a potência e a persistência também pudessem ser comparados. Os lúpulos eram Aurora, Bobek, Citra, Nugget, Simcoe e Summit.


A IPA estava bem feita, equilibrada e perfeita para o teste a que se propunha, com boa carbonatação, turva, cor dourada, seca. Vamos às nossas impressões:

Summit: aroma frutado, maracujá;
Simcoe: aroma de maracujá com ótimo equilíbrio no amargor;
Nugget: aroma terral, um pouco menos amarga, foi o que mais agradou;
Citra: aroma artificial de maracujá, lembra suco em pó, mais amarga que as outras;
Bobek: leve cítrico, sabor herbal, terral, bem amarga, porém de uma maneira geral não deixou boas impressões;
Aurora: leve tangerina e muito isovalérico - o famoso chulé, muito comum ao usar lúpulo velho. Foi interessante perceber o defeito tão evidente depois de experimentar as outras e saber que estavam muito boas.

Estávamos na casa de um lúpulo maníaco e é claro que ele logo teve a ídeia de misturar amostras para vermos os resultados. As três com 50% de cada amostra:

Nugget + Citra: o Mauro aprovou, segundo ele lembrou a Snake Dog, IPA da americana Flying Dog. O maracujá sumiu e apareceu um amadeirado;

Simcoe + Nugget: a mistura ficou ótima, o aroma continuou com maracujá;

Citra + Summit: o citra se sobressaiu muito sobre o Summit e o maracujá continuou muito forte.


Todos aprovaram a experiência e várias idéias surgiram. Fica a dica para novos experimentos.


Partimos então para o jantar, um risoto de truta defumada, feito a 8 mãos que ficou dos deuses!!!

Enquanto o jantar não ficava pronto, abrimos mais um presente do Mauro.
Uma única garrafinha da Venenosa Imperial Milk Stout. Produzida pelo Paulo Cavalcante também de Curitiba, tem "apenas" 14,5% de álcool. No aroma, torrado, levemente doce, caramelo, viscosa. Como leva lactose, no sabor é adocicada, porém no ponto certo, com calor do álcool bem equilibrado. A cerveja agradou bastante a todos.

E pra fechar a noite o Ricardo nos presenteou com uma garrafa da Teddy Bear Kisses, trazida por ele dos Estados Unidos, uma Imperial Stout produzida pela Upland Brewing Co., com 10,2% de álcool, engarrafada em 10/2010. Torrada, nada doce, brm carbonatada, chamou atenção pelo amargor exagerado e desequilibrado. Harmonizada com brigadeiro de colher o amargor passou a ser tolerável, a cerveja quebrou um pouco o doce do brigadeiro e a harmonização ficou agradável.


Uma noite deliciosa, cheia de boas surpresas.

Cheers!

Que 2011 venha com muita cerveja boa, bom senso dos orgãos competentes na liberação de novas cervejas e saúde para todos nós.

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