segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Porter

Por vários motivos, há tempos a FemAle estava marcando a degustação do estilo Porter. Tanto porque a maioria de nós realmente gosta do estilo, tanto pela homenagem à Demoiselle, a Porter da cervejaria Colorado, receita do nosso amigo Ricardo Rosa. A entrevista que a revista Beer Life pediu para fazer com a gente acabou antecipando a degustação e sendo uma ótima desculpa para a gente incrementar o nosso encontro, que foi novamente um sucesso. Desta vez, foram cinco FemAles (a Flávia não conseguiu sair de São Paulo, onde estava trabalhando) e de convidados tivemos o Ricardo, o Mauro, o Tasso e o Botto (que já são quase FemAles, hehe) e ainda a Clarinha, filha do Botto, a Thais, filha do Ricardo, e a Carol, prima dela. Ah, e claro, a repórter Maíra e o fotógrafo Alfredo, da Beer Life. A degustação foi na casa do Mauro, sempre gentil (não falei que esses homens estão loucos pra ser FemAle?)

Ricardo explica sobre o estilo


Maltes ao redor do pão que usamos para limpar a boca entre uma e outra cerveja

Antes da degustação, o Ricardo fez uma explanação sobre o estilo e, como bom professor e PHD que é, levou ainda exemplos dos maltes chocolate, brown malt, black mal e cevada torrada, todos usados na elaboração da cerveja. (É bem verdade que, segundo alguns escritos, a cevada torrada (roast barley) é bem mais usada no estilo Stout e seria uma das diferenças das duas cervejas, apesar de não ser incomum encontrar e elaborar receitas com um toque da cevada torrada). A Porter, de acordo com o BJCP, é uma cerveja onde o malte torrado (com notas de café e chocolate) está muito mais presente que o lúpulo e o fermento, tanto no aroma, quanto no sabor.


Lu, Talita, Duda, Tati e Regina (da esquerda para a direita)


Segundo o livro "Designing Great Beers" (Ray Daniels), os registros da primeira Porter datam de 1722. Daniels diz que a Porter é a primeira cerveja verdadeiramente industrial, já que o estilo se beneficiou da Revolução Industrial e dos grandes tanques de armazenamento e maturação que surgiram no século 18 o que, além de ter apressado sua elaboração, aumentou imensamente a capacidade de produção.


Nas fotos abaixo, o duro trabalho do fotógrafo Alfredo, da Beer Life





A degustação foi às cegas e, só posteriormente, soubemos a ordem que as cervejas nos foram servidas : Encorpada, London Porter (Fuller´s), Demoiselle (Colorado), Meantime e Graúna (Bottobier). A Encorpada, dos nossos amigos cervejeiros Rafael Targino e Márcio Duran, e a Graúna, do Botto, foram respectivamente 10º lugar e 4º lugar no 2º Concurso Nacional "Mestre Cervejeiro Eisenbahn", em dezembro passado.






A London Porter foi escolhida como a melhor cerveja por unanimidade, já que apresentou mais aroma e mais sabor de café, torrado e chocolate equilibradamente e com persistência no amargor. Em segundo lugar, com exceção da Regina, ficou a Demoiselle. Aliás, a Eduarda foi a única que acertou! Todas achávamos que a Demoiselle tinha sido a segunda que experimentamos. Eu e a Tati, por exemplo, achamos que o aroma de café estava bem menos intenso e, por isso, até a classificamos como "industrial". A espuma da Demoiselle estava bem cremosa e num marrom que combinava muito com o escuro da cerveja. Ela também deu um pouco mais de calor e apresentou mais corpo que a London Porter.


Para a Regina, em segundo lugar estava a Meantime, que chegou em nossas mãos servida com uma generosa espuma e um aroma de estragado. Com o passar do tempo o fim da espuma, conseguimos notar um pouco mais do café. No entanto, na minha opinião, ela continuava com aroma estranho e um sabor avinagrado decepcionante. A Meantime variou do segundo lugar ao último. A Encorpada estava mais leve e notava-se menos a presença dos maltes torrados tanto no aroma, quanto no sabor. A Graúna estava mais equilibrada, mas notava-se um aroma e sabor um pouco metálicos.
















Bruschettas e, ao lado, meninos cozinhando




Depois da degustação, partimos para a harmonização. O menu foi, mais uma vez, de dar inveja. Bruschettas de entrada, Filé mignon grelhado ao molho de cerveja preta com arroz a piamontese como prato principal e uma deliciosa mousse de chocolate de sobremesa, uhmmmmm. Durante o jantar, demos entrevista, conversamos sobre a vida e bebemos ainda Schwarzbier, da cervejaria Bamberg. E nem conto pra vocês... Semana que vem tem mais e é Stout!

Alfredo, Maíra, Tati, Tasso, Eu, Mauro , o povo da saideira

Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei com agua na boca.... Sera que na proxima visita ao Brasil vou ter a oportunidade de degustar nao so as cervejas, mas tambem os petiscos do Mauro ? Grüsse aus der Schweiz ! Andre